Sambódromo da Marquês de Sapucaí,RJ |
Este
comportamento surge pela ideia que estas pessoas carregam por toda vida
características como fragilidade, inferioridade e inocência. Tais atributos
estão também intimamente ligados às crianças, portanto mesmo de maneira
inconsciente a sociedade enxerga na pessoa com paralisia cerebral, uma criança
grande.
Este pensamento gera, por exemplo, atitudes repetitivas como se referir às pessoas no diminutivo (bonitinho, fofinho), falar diretamente de maneira infantilizada, utilizar roupas mais infantis, além de reprimir todos seus direitos de escolhas. Tudo isso ocorre de maneira natural, sem perceberem que se o adulto não tivesse paralisia cerebral estas ações não seriam frequentes.
Porém, é extremamente necessário nos policiarmos para que este comportamento não se repita. Quando se infantiliza um adulto, automaticamente, está o subestimando, o que atrapalha diretamente o desenvolvimento de sua autonomia, pilar fundamental para a inclusão social que tanto buscamos. É preciso dar o direito das pessoas fazerem escolhas, e entender que cada escolha tem consequências. É lógico que cada pessoa com paralisia cerebral apresenta uma personalidade e também diferentes limitações (que muitas vezes podem ser avançadas), e isso também deve ser considerado. Porém o principal é entender que aquela pessoa que esta ali, recebendo o cuidado, não é uma ‘criança grande’.
É importante acreditar que eles crescem independente das características que cada um desenvolve diante de sua condição e deficiência. Adultos têm sonhos, medos, anseios, expectativas, responsabilidades, direitos e deveres. Adultos com paralisia cerebral também os têm.
Este pensamento gera, por exemplo, atitudes repetitivas como se referir às pessoas no diminutivo (bonitinho, fofinho), falar diretamente de maneira infantilizada, utilizar roupas mais infantis, além de reprimir todos seus direitos de escolhas. Tudo isso ocorre de maneira natural, sem perceberem que se o adulto não tivesse paralisia cerebral estas ações não seriam frequentes.
Porém, é extremamente necessário nos policiarmos para que este comportamento não se repita. Quando se infantiliza um adulto, automaticamente, está o subestimando, o que atrapalha diretamente o desenvolvimento de sua autonomia, pilar fundamental para a inclusão social que tanto buscamos. É preciso dar o direito das pessoas fazerem escolhas, e entender que cada escolha tem consequências. É lógico que cada pessoa com paralisia cerebral apresenta uma personalidade e também diferentes limitações (que muitas vezes podem ser avançadas), e isso também deve ser considerado. Porém o principal é entender que aquela pessoa que esta ali, recebendo o cuidado, não é uma ‘criança grande’.
É importante acreditar que eles crescem independente das características que cada um desenvolve diante de sua condição e deficiência. Adultos têm sonhos, medos, anseios, expectativas, responsabilidades, direitos e deveres. Adultos com paralisia cerebral também os têm.
Pessoas com
paralisia cerebral
• É muito importante respeitar o seu
ritmo. Normalmente, ela é mais vagarosa no que faz como andar, falar e apanhar
objetos.
• Tenha paciência ao ouvi-la e, se
não entender sua fala, peça que repita. A maioria tem dificuldade de fala. Isso
ocorre por causa da disartria, que é a dificuldade de utilizar os músculos da
fala ou, então, pela fraqueza muscular.
· Às vezes uma
pessoa não tem intenção de nos magoar, mas, por ela ter pouca empatia, ela não
percebe o quanto alguns de seus atos podem soar hostis. São pessoas que
machucam simplesmente porque não conseguem se colocar no lugar do outro. #FicaADica
Há pessoas que confundem,
erroneamente, tal dificuldade e o ritmo lento com deficiência mental.
• Não trate a pessoa com paralisia cerebral
como criança ou incapaz.
Para atender pessoas com paralisia
cerebral
• A pessoa com paralisia cerebral não
tem, em via de regra, uma deficiência intelectual.
• Faz gestos faciais involuntários.
• Anda com dificuldade ou, às vezes,
não anda (algumas pessoas tem
deformidades e podem confundi-la com uma pessoa alcoolizada).
• Está atenta a tudo o que acontece
ao seu redor: Não fale dela como se ela não estivesse presente.
O AMOR
Obrigação do amor igual
É muito
comum as pessoas sem deficiência ao observar uma PC (pessoa com paralisia
cerebral) solteira sugerir a esta uma relação com outra PC.
Não há
nada de errado na relação entre iguais (aqui considero iguais pessoas que
tenham deficiência, não importando se estas são iguais), aliás, existem muitos
casais que o são e são muito felizes. O problema está em considerar que esta é
a única opção de uma PC.
O amor não precisa acontecer somente entre os iguais. O
amor acontece porque acontece. Simples. Essa obrigatoriedade é uma das
causadoras da solidão da pessoa com deficiência. (Paralisia Cerebral PC).
Solidão
É
impressionante o peso que a deficiência tem em relacionamentos. Seja qual for a
relação. Não basta trazer em si uma boa personalidade, inteligência, senso de
humor, bom gosto ou qualquer outra característica importante para se considerar
alguém interessante. Se este (ou esta) estiver em uma cadeira de rodas, por
exemplo, deixou de ser uma opção de paquera. É como se fosse uma escala de
pontuação. Seja 100 em todos os pré-requisitos, mas se apresentar menos de 10
em “eficiência” física anula todos os pontos.
Por
esse motivo constantemente vemos muitos reclamando sua solidão e desacreditando
que um dia serão pessoas dignas de receber o amor de alguém. Tentam de todas as
formas serem aceitos, tentam os aplicativos de relacionamentos, salas de bate
papo e toda e qualquer estratégia para se aproximar das pessoas. Já vi críticas
de PCDs em relação a isso, dizendo que estes não possuem mais nada a fazer
senão o desejo de namorar. Ocorre que de tanto tentar essas pessoas
começam a negociar e diminuir seus valores. Uma gota de atenção já basta.
Para
mulher com paralisia cerebral, então, a solidão traz em si o peso de “não ser
mulher”.
_ Nossa
você é linda… Adoraria te conhecer, vamos sair?
_
Obrigada, você viu que uso cadeira?
_ Não… É
mesmo? Ah… mas o importante é ser feliz né? Aqui, você é muito legal. Vou
precisar sair agora, mas a gente se fala.
Nos
sentimos incompletas. Mulheres lindas começam a questionar sua aparência,
culpam-se por não serem “normais”. Perdem sua auto estima, não se sentem
capazes de fazer alguém feliz. Em alguns casos perdem inclusive sua identidade.
A
solidão transtorna amigas. Deprime.
A vida segue (?)
É
preciso mudar o olhar para as pessoas com paralisia cerebral. Nós somos
resultado de nossas experiências e podemos oferecer bons momentos como qualquer
outro.
Aquela
moça com cadeira de rodas pode ser uma excelente companhia para um sábado a
noite, o rapaz com baixa visão pode ser incrivelmente engraçado e te valorizar
mais do que as outras pessoas que conheceu.
Porém
não se engane, não desejamos que ignore nossas diferenças ou que se considere
benevolente em se aproximar de nós, apenas que não utilize nossa deficiência
como desculpa para o seu preconceito. Se isso não for possível, então permaneça
distante. É melhor viver sozinha do que mal acompanhada.
Se
tiver alguma pessoa com paralisia cerebral nessas situações, não desvalorize as
suas tentativas. Nada de:
_Ah, você conheceu esse cara na internet? (cara de deboche)
_ Nossa,
mas você só usa a internet pra conhecer as pessoas. Por isso não dá certo.
_Já pensou
em fazer outra coisa?
_Quando
parar de procurar vai aparecer alguém.
_Eu acho
que você devia ser menos exigente.
_Você
precisa sair menos.
_Você
precisa sair mais.
_Você
devia agradecer que fulano (a) tá namorando com você…
Se você não tem nada melhor a dizer,
permaneça calado e apenas ouça. Seja uma boa amizade e não pese em seus
julgamentos. É preciso compreender que a solidão da pessoa com paralisia
cerebral é resultado de uma sociedade capacitista e preconceituosa. Esta já
exerce muita pressão e opressão sobre nossos ombros com sua falta de
acessibilidade em espaços públicos. É preciso construir um olhar mais
humanizado para nossa questão abrindo mão do vitimismo e do heroísmo. Enxergar menos seus diagnósticos e mais o ser humano. Somente
assim conseguiremos criar uma consciência nas pessoas capaz de fazê-las
entender que somos iguais, apesar das diferenças.